Interesse mundial e a produção científica do Brasil e da USP

No início de cada ano, diversos grupos tentam prever quais serão as principais tendências em ciência e tecnologia. Em 2018 não foi diferente. 

Em Tecnologia, despontam temas como: aceleradores, 3D, robótica, cibersegurança e inteligência artificial, internet das coisas aplicada à indústria, realidade aumentada e realidade virtual, aprendizado profundo, transporte blockchain, moeda digital e ética [1]. Em Ciência, impressão 3D em Medicina (ChemComputer), e-Saúde (E-Health), biosimilars, etc [2]. Em Ciências da Vida, imunoterapias (CAR T-cell), realidade aumentada, Risk-Based Everything (RBX), etc. [3]. A própria Nature indicou temas de destaque: oceanos, saúde pública, rastreamento global dos investimentos, mudanças climáticas, solo e agricultura resiliente, manejo de água, big data e tecnologias aplicadas à conservação da natureza, energias limpas, design de cidades, para citar alguns…[4]. 

Diante de tantos temas, onde “depositar suas fichas”? Exemplos de perguntas incluem: Quais áreas de pesquisa são prioritárias na minha instituição ou grupo? Essas áreas devem receber mais financiamento? Quem devemos contratar? Em quais projetos devemos investir e quais projetos devem ser abandonados? Como está nosso Portfólio de Pesquisa? Fazer escolhas informadas requer conhecimento sobre as opções de pesquisa. Questões como consistência, transparência, relevância e demanda devem ser examinadas [5]. 

Quais tópicos realmente têm despertado o interesse mundial? Quais tópicos estão em alta?

Levantamento realizado na Plataforma SciVal (Elsevier) [6] entre os dias 29 de junho e 02 de julho de 2018, com dados da base Scopus atualizados até 08 de junho de 2018 [Dataset 1, Data set 2] revela os principais tópicos que estão despertando o interesse de pesquisadores, instituições de pesquisa e órgãos de financiamento. São os Tópicos Proeminentes na Ciência (em inglês Topic Prominence in Science). 

Os Tópicos Proeminentes na Ciência
• Agrupam todos os registros da base Scopus desde 1996 em 97.000 tópicos relacionados com temas. 
• Cada tópico é classificado por um indicador chamado proeminência, que mostra o ímpeto do tópico
• A proeminência baseia-se em citações, visualizações e valores recentes do CiteScore, que determina o momentum do tópico
• A rotulagem de tópicos é feita usando uma combinação de Elsevier Fingerprint Technology (EFT) e frases idiossincráticas.

proeminência antecipa uma tendência de financiamento, o que significa que tópicos proeminentes têm mais chance de serem financiados. Em média, quanto maior o momentum, mais dinheiro por autor estará disponível para pesquisas sobre esse tópico [8]

Os Tópicos Proeminentes na Ciência ajudam a:
• Identificar focos e clusters de pesquisa bem financiados em seu portfólio de pesquisa
• Encontrar os melhores especialistas e as estrelas em ascensão nessas áreas 
• Mostrar que sua instituição está ativa em assuntos altamente dinâmicos
• Verificar quais são os tópicos que outras instituições pares e/ou concorrentes ativos estão desenvolvendo.

Ir além das áreas de pesquisa e alcançar a granularidade de 97.000 tópicos pode ajudar as instituições e pesquisadores a reconhecer seus campos ou domínios fortes pela produtividade (nº de documentos produzidos em um tópico) e, à frente da contagem recente de citações (Citation Count), contagem de visualizações (Views Count) e índice CiteScore [8] das revistas nas quais os artigos foram publicados, determinar tópicos específicos de interesse e demanda de pesquisa, visando planejar suas atividades e garantir financiamento, aumentando também seu impacto e reconhecimento científico. 

Proeminência é um novo indicador que mostra o momento atual de um Tópico. É calculado pesando três métricas para artigos agrupados em um Tópico: contagem de citações (Citation Count) no ano n para artigos publicados em n e n-1, contagem de visualizações (Views Count) no ano n para artigos publicados em n e n-1 e Média (Average) CiteScore para o ano n. (SciVal, 2018). 

Um tópico é uma coleção de documentos com um interesse intelectual em comum – um “problema de pesquisa”. Os tópicos podem ser grandes ou pequenos, novos ou antigos, em crescimento ou declínio. São dinâmicos e podem evoluir, muitos deles são inerentemente multidisciplinares. Tópicos antigos podem estar inativos, mas ainda existem e os pesquisadores têm mobilidade e podem contribuir para múltiplos tópicos. Estima-se que, a cada ano, de 30 a 50 tópicos novos são criados. 

O retrato desse momento da produção científica mundial revela-se em 95.764 tópicos proeminentes no Mundo, no período mais recente. A Figura 1 apresenta a visualização em Roda (Wheel) de todos os Tópicos Proeminentes no Mundo e as Áreas de Conhecimento por cores, como bolhas graduadas, destacando tópicos principais e tópicos relacionados para a entidade (Mundo). Quanto maior a bolha, maior é o número de documentos publicados. As bolhas mais próximas da borda da Roda (Wheel) representam tópicos mais focados em uma área de estudo, enquanto que as bolhas mais distantes da borda representam tópicos mais multidisciplinares. Cada área de conhecimento é representada por uma cor e seus gradientes. Nessa opção, selecione também a Faixa dos documentos publicados: em Revistas Top 1%, Top 5%, Top 10%, Top 25% ou Todos os Tópicos. Clique na Figura para melhor visualização.

Figura 1 – Todos os tópicos proeminentes na ciência no Mundo (2013>2018). Fonte: Dados da Base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

Para descobrir os Tópicos de Proeminência na Ciência de um País, uma Instituição, Grupo de Pesquisa ou Pesquisador, acesse a Plataforma SciVal e clique no Módulo Visão Geral (Overview), selecione uma entidade (País, Instituição, Grupo, etc) no painel do lado esquerdo e clique em Tópicos na faixa de opções. Depois, selecione a opção de visualização em formato de Tabela ou em formato de Roda – Wheel para identificar os Tópicos mais proeminentes. Também é possível filtrar por área de conhecimento e, dentro dela, examinar os tópicos de pesquisa mais proeminentes. 

Fornecendo uma base real aos tópicos, as publicações representativas ligadas a um tópico fornecem uma ideia da questão central de pesquisa desse tópico, mas também apresentam alguns tópicos relacionados. Essas publicações normalmente foram muito citadas recentemente, estão sendo muito vistas e foram publicadas em revistas com média alta de CiteScore. 

A Tabela abaixo (Figura 2) apresenta os 30 tópicos mais proeminentes na Ciência no momento no Mundo, baseado nas Top 1% publicações indexadas do período de 2013 a >2018, do total de 500 tópicos que a Plataforma SciVal permite exportar [DataSet]. Quanto mais próximo de 100 (prominence percentil), mais proeminente é o tópico – momentum alto, visibilidade e nível de atividade no cenário mundial da ciência e da pesquisa, com mais chance de ser financiado. Clique na Figura para melhor visualização.

Figura 2 – Os 30 Tópicos Top 1% mais proeminentes no Mundo – (2013>2018). Fonte: Dados da base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

== BRASIL ==

Dos cerca de 100 mil tópicos proeminentes na Ciência no mundo, os pesquisadores do Brasil contribuíram com 47.317 tópicos, conforme apresentado na Figura 3 a seguir. É possível observar a ênfase em certas áreas: Agricultural and Biological Sciences (AGRI em verde), Physics and Astronomy (PHYS em roxo), Medicine (MEDI em rosa), Pharmacology, Toxicology and Pharmaceutics (PHAR em rosa claro), Dentistry (DENT em laranja), Social Sciences (SOCI) com maior produção e foco de pesquisa. 

Figura 3 – Tópicos proeminentes em ciência – Brasil (2013>2018). Fonte: Dados da base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

Os tópicos podem aparecer em várias áreas. Todos os tópicos têm pelo menos um resultado atribuído à área de conhecimento selecionada, mas esse resultado pode não ter sido publicado pela entidade que você está visualizando. No entanto, a entidade selecionada está ativa em todos esses tópicos, baseado na participação relativa de artigos. O limiar de corte é de 40%. Isso reduz o número de tópicos atribuídos a uma instituição, por exemplo, quando uma instituição tem relativamente poucos trabalhos atribuídos a um determinado tópico. É possível ainda filtrar a área de conhecimento dos Tópicos. Na visão de tabela, é possível ver todos os tópicos nos quais os pesquisadores brasileiros estão ativos, o que serve como ponto de partida para uma análise mais aprofundada. Pode-se classificar essa atividade pela produção científica (outputs) ou pelo destaque global do tópico (prominence percentil).

Os tópicos mais proeminentes no Brasil referem-se ao estudo e qualidade dos solos, cuidados primários de saúde, pastos e gramados, terapia a laser, saúde mental, reforma psiquiátrica, com destaque para as viroses e Zika virus. Na maior parte dos tópicos, há uma diminuição no compartilhamento de publicações (indicado pelas setas vermelhas). Na Figura 4 abaixo é possível visualizar os temas em alta no Brasil neste momento: leishmaniose visceral, jatos, zoologia, novas espécies, anfíbios, peixes, adesivos dentários, políticas educacionais, milho e fertilização nitrogenada, enfermagem, enfermagem psiquiátrica, florestas, desmatamento, mudas, madeiras, eucaliptos, chuva, violência, violência de gênero, para citar alguns com maior produtividade. O compartilhamento de artigos (publication share) é calculado a partir da seguinte fórmula [saída acadêmica em tópico / produção acadêmica do tópico inteiro]. Clique na Figura para melhor visualização.

Figura 4 – Produção científica brasileira e percentil de proeminência em ciência (2013>2018). Fonte: Dados da base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

Apesar da alta produtividade em alguns tópicos que não necessariamente se situem em um percentil de proeminência alto, ainda assim no Brasil também se faz pesquisa de ponta. Reclassificando a produção científica brasileira pelo percentil de proeminência, alguns tópicos se destacam, conforme podemos constatar na Figura 5, a seguir, embora a produtividade esteja em alta somente no tópico sobre viroses e infecção por Zika. Tópicos proeminentes desenvolvidos no Brasil: células solares, compostos de molibdênio, eletrocatálise, viroses e infecções por Zika, genoma, células solares, capacitores eletrolíticos, imunoterapia e melanoma, redução eletrolítica para citar alguns, a maior parte apresentando crescimento no percentual de publicações compartilhadas (publication share). Clique na Figura para melhor visualização.

Figura 5 – Percentis de proeminência e produção científica brasileira (2013>2018). Fonte: Dados da base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

Comparando os tópicos mais proeminentes na ciência e pesquisa entre China, Estados Unidos, Brasil, França, Reino Unido e México, é possível visualizar as diferenças e ênfases científicas quando a questão é a publicação nas Top 1% revistas mais destacadas (2013>2018), conforme exibe a Figura 6 a seguir. Clique na Figura para melhor visualização.

Figura 6 – Tópicos de proeminência na ciência nos países destacados: China, Estados Unidos, Brasil, França, Reino Unido e México (2013-2018). Fonte: Dados da base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

== UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP ==

Do ponto de vista das instituições de pesquisa, observa-se que as noções de portfólios de pesquisa e análise de portfólio, antes restritas ao mundo corporativo de P & D, estão sendo cada vez mais consideradas em ambientes acadêmicos e de agências de financiamento. De acordo com Klavans e Boyack (2017), a pesquisa hoje é vista como um produto (as publicações representam a oferta), enquanto os financiadores compram essa pesquisa (os investimentos representam a demanda).Seguindo esse ponto de vista, como está o portfólio de pesquisa da USP?

Nos últimos dois anos (entre 2015 e 2017), os pesquisadores (autores) da USP contribuíram para o avanço da ciência em 15.726 tópicos tendo como base as 10% publicações mais destacadas (Top 10%), distribuídas em diversas áreas de conhecimento, como apresentado na Figura 7, a seguir. Quanto maior a bolha, maior é o número de documentos publicados. As bolhas mais próximas da borda da Roda (Wheel) representam tópicos mais focados em uma área de estudo, enquanto que as bolhas mais distantes da borda representam Tópicos mais multidisciplinares. Cada área de conhecimento é representada por uma cor e seus gradientes.

Figura 7 – Tópicos de proeminência da USP Top 10% (2015-2017). Fonte: Dados da base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

Destacam-se os tópicos relacionados à física e astronomia, que representam o maior número de publicações geradas (bolha maior em roxo na porção superior direita), medicina (em vermelho na porção inferior esquerda central), imunologia veterinária (em rosa na parte inferior esquerda do círculo), agricultura (em verde na porção e borda inferior do círculo), odontologia (em laranja na porção central), registrando crescimento ou decréscimo de publicações no período em tópicos mais ou menos alinhados às tendências mundiais de pesquisa, dependendo do tópico. Clique na Figura para melhor visualização.

Produção Científica da USP e respectivos Percentis Proeminentes – 2013-2018

Figura 8 – Produção Científica da USP e respectivos Percentis Proeminentes – 2015-2017. Fonte: Dados da base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

Jets; Production; Parton Shower – [Física e Astronomia] índice de 99.875 (em 100) de proeminência e alinhamento ao momentum mundial de relevância de pesquisa no momento. Do total de 1.796 publicações produzidas no mundo sobre esse tópico, 243 publicações foram produzidas por pesquisadores da USP, sendo 241 geradas em colaboração internacional (99,2% de internacionalização), que tiveram um índice de 3,34 de impacto normalizado por campo de conhecimento (FWCI). Registra tendência de crescimento de 13,50% de atividade na USP, que figura em 101º lugar no ranking mundial de atividades no tópico [9].

Laser Therapy, Low-Level; Lasers; level laser  (Ciências Médicas, Fotomedicina) índice de proeminência de 98.224 (em 100) de alinhamento às tendências mundiais de atividade de pesquisa neste momento. Do total de 1.538 publicações produzidas no mundo sobre esse tópico no período (2013-2018), 170 publicações foram geradas por pesquisadores da USP, sendo 57 produzidas em colaboração internacional (36,5% de internacionalização), que alcançaram um índice de 1,39 de impacto normalizado por campo de conhecimento (FWCI). O tópico é forte no Brasil e na USP teve em 2014 seu pico de atividade. Atualmente registra tendência de 11,02% de queda na participação em relação à produção mundial [10]. 

Perfume; Toxicity Tests; dermatology papers – (Ciências Médicas) índice de proeminência de 68.447 (em 100) de alinhamento às tendências mundiais de atividade de pesquisa neste momento. Do total de 229 publicações produzidas no mundo sobre esse tópico no período (2013-2018), 159 publicações foram geradas por pesquisadores da USP, todas produzidas em colaboração internacional (100% de internacionalização), que alcançaram um índice de apenas 0,25 de impacto normalizado por campo de conhecimento (FWCI). O tópico é forte no Brasil (2º lugar no mundo, atrás somente dos Estados Unidos), e na USP (que aparece em 4º lugar no mundo), e registra tendência de crescimento de 69,43% de participação da instituição na produção mundial [11]. 

Ixodidae; Amblyomma; R parkeri – (Ciências Agrícolas, Ciências Médicas e Microbiologia) índice de 93.326 (em 100) de alinhamento às tendências mundiais de atividade de pesquisa neste tópico momento. Do total de 527 publicações produzidas no mundo sobre esse tópico no período (2013-2018), 260 foram produzidas por pesquisadores do Brasil, 157 publicações foram geradas por pesquisadores da USP, sendo 57 produzidas em colaboração internacional (36,5% de internacionalização), que tiveram um índice de 1,80 de impacto normalizado por campo de conhecimento (FWCI). O tópico está forte no Brasil e na USP (1º lugar), tendo alcançado um pico de publicações em 2017, mas registrando tendência de queda de 29.62% de participação da instituição na produção mundial sobre o tópico [12]. 

Photochemotherapy; Photosensitizing Agents; antimicrobial photodynamic – (Ciências Médicas, Bioquímica) índice de 99.039 (em 100) de alinhamento às tendências mundiais de atividade de pesquisa neste tópico momento. Do total de 1.222 publicações produzidas no mundo sobre esse tópico no período (2013-2018), 301 foram gerados por pesquisadores do Brasil, 128 publicações foram geradas por pesquisadores da USP, sendo 34 produzidas em colaboração internacional (26,6% de internacionalização), que tiveram um índice de 1,32 de impacto normalizado por campo de conhecimento (FWCI). O tópico é forte no Brasil e na USP (1º lugar no mundo), tendo alcançado um pico de publicações em 2017, mas registrando tendência de queda de 10.41% de participação na produção mundial sobre o tópico [13]. 

Os mais altos percentis proeminentes na Ciência e a produção científica da USP

De 21.082 tópicos, destacamos 12 tópicos desenvolvidos por pesquisadores da USP com os mais altos percentis de proeminência na Ciência mundial (igual ou próximo a 100) mas com pequena produtividade, exceto pelo tópico relacionado a viroses, infecção por Zika (com 105 artigos produzidos e percentil de proeminência igual a 99.996), indicando que esse tópico é forte na USP e está de acordo com a tendência mundial de proeminência na Ciência. A produção nos demais tópicos poderia ser alvo de incentivos (Figura 9). Clique na Figura para melhor visualização.

Figura 9 – Produção científica da USP e respectivos percentis proeminentes – 2013-2018. Fonte: Dados da base Scopus atualizada até 8 de Junho de 2018 e exportados da Plataforma SciVal (Elsevier) em 29 junho 2018.

Considerações Finais

Estudos mais aprofundados podem ser feitos com o objetivo de identificar tópicos e áreas mais proeminentes na pesquisa desenvolvida por pesquisadores do Brasil e da USP, em relação aos tópicos que geram interesse na ciência mundial e nacional. Enquanto os percentis de proeminência indicam o momento alto de um tópico, a produtividade em determinada área (ou tópico) revela, de certo modo, a competência de um grupo de pesquisadores ou instituição. O alinhamento entre produtividade e relevância mundial (e nacional) é um desafio constante. Ferramentas de análise bibliométrica podem nos auxiliar gestores e pesquisadores a compreender melhor o panorama da ciência e da pesquisa. 

== Referências e Notas ==

[1] IEEE.  Top Ten Tech Trends for 2018. Jan. 2018. Disponível em: <http://sites.ieee.org/futuredirections/2018/01/02/top-10-tech-trends-for-2018/> Acesso em: 29 jun. 2018.

[2] SRG. Science trends in 2018: from blockchain to biosimilars. Jan. 2018. Disponível em: <https://www.srg.co.uk/blog/science-trends-in-2018> Acesso em 29 jun. 2018.

[3] PHARMEXEC. 12 Life Sciences Trends to Look Forward to in 2018. Disponível em: <http://www.pharmexec.com/12-life-sciences-trends-look-forward-2018> Acesso em: 29 jun. 2018.

[4] NATURE. 12 Emerging Global Trends That Bring Hope for 2018. Disponível em::<https://global.nature.org/content/2018-emerging-trends> Acesso em: 29 jun. 2018. Se você tem acompanhado as perspectivas deste ano, é impossível ignorar o fato de que elas não pintam uma imagem bonita, especialmente para o nosso ambiente. Os desastres relacionados ao clima estão piorando; o oceano está perdendo peixe e ganhando plástico; a poluição urbana está em um ponto de estrangulamento; a água potável está secando; os grandes felinos do mundo estão quase em extinção e alguns pensam que os recifes de corais podem não estar muito longe – o que é preocupante, já que este é também o Ano Internacional do Recife. E, no entanto, à medida que nos aprofundamos em alguns desses desafios, estamos começando a ver mais pessoas respondendo e novos caminhos surgindo que poderiam nos levar a soluções. Novos líderes ambientais estão avançando em diferentes setores e geografias; novas fontes de financiamento estão começando a diminuir a lacuna no financiamento da conservação; a governança coletiva está surgindo para gerenciar melhor os recursos preciosos (Editorial da Nature, Jan. 2018). 

[5] KLAVANS, Richard; BOYACK, Kevin W. Research portfolio analysis and topic prominence. Journal of Informetrics, v. 11, n. 4, p. 1158-1174, Nov. 2017. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1751157717302110> Acesso em: 21 jun. 2018. https://doi.org/10.1016/j.joi.2017.10.002

[6] A plataforma SciValhttp://www.scival.com – disponibiliza um portfólio de ferramentas de análise de indicadores de produção científica desenvolvida pela Elsevier, que tem como fonte de dados o Scopus e o Science Direct. Dessa forma, permite realizar análises bibliométricas da produção científica de uma determinada instituição, país, região, autor ou grupos de autores, ou ainda em revistas, desde que o material esteja indexado na base de dados Scopus. Encontra-se disponível a todos os pesquisadores da USP. Basta registrar-se para utilizar.

[7] A proeminência é um proxy para o financiamento, que analisa padrões de financiamento anteriores para prever futuras oportunidades de financiamento. Para provar isso, a SciTech Strategies atribuiu 314.000 subsídios no valor de US $ 203 bilhões do banco de dados STAR METRICS, um grande banco de dados de financiamento em nível de projeto que representa 24% do financiamento federal dos EUA, para todos os 97.000 Tópicos por similaridade textual. O modelo mostrou que a correlação entre a proeminência e o financiamento futuro é de 0,616, assim, a proeminência representa 38% (ou 0,6162) da variação do financiamento futuro.

[8] SIBiUSP. Indicadores de pesquisa. Jun. 2017. Disponível em:<https://www.aguia.usp.br/apoio-pesquisador/indicadores-pesquisa/> Acesso em: 3 julho 2018. 

[9] SCIVAL. Trends in the topic jets; production; parton shower T.1026. Disponível em: <https://www.scival.com/trends/summary?uri=Topic/1026> Acesso em: 3 julho 2018. 

[10] SCIVAL. Trends in the topic Laser Therapy, Low-Level; Lasers; level laser T.381. Disponível em: <https://www.scival.com/trends/summary?uri=Topic/381> Acesso em 3 julho 2018. 

[11] SCIVAL. Trends in the topic Perfume; Toxicity Tests; dermatology papers T.12894. Disponível em:<https://www.scival.com/trends/summary?uri=Topic/12894> Acesso em: 3 julho 2018.

[12] SCIVAL. Trends in the topic Ixodidae; Amblyomma; R parkeri T.2206. Disponível em:<https://www.scival.com/trends/summary?uri=Topic/2206> Acesso em 3 julho 2018. 

[13] SCIVAL. Trends in the topic Photochemotherapy; Photosensitizing Agents; antimicrobial photodynamic T.2983. Disponível em:< https://www.scival.com/trends/summary?uri=Topic/2983> Acesso em 3 julho 2018. 

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Como citar este post [ABNT/NBR 6023/2002]:

DUDZIAK, E.A. Interesse mundial e a produção científica do Brasil e da USP. São Paulo: SIBiUSP, 2018. Disponível em: <https://www.aguia.usp.br/?p=24247> Acesso em: DD mês. AAAA.

DUDZIAK, E.A. (2018). Topics Prominence in Science: World, Brazil and Universidade de Sao Paulo – USP – July 2018 (Version Final) [Data set]. Zenodo. http://doi.org/10.5281/zenodo.1303328

DUDZIAK, E.A. (2018). Top 500 Topics Prominence in Science Brazil and USP 2013-2018 (Version Final) [Data set]. Zenodo. http://doi.org/10.5281/zenodo.1303356


Essa matéria integra a série de quatro artigos que serão publicados sobre a produção científica da USP utilizando distintas plataformas de análise bibliométrica disponíveis na Universidade. 

Parte 1 – Internacionalização e impacto da produção científica da USP: tendências positivas no horizonte – um estudo SciVal (Elsevier)

Parte 2 – Interesse mundial e a produção científica do Brasil e da USP – um estudo SciVal (Elsevier)

Parte 3 – Sustentabilidade da produção científica na USP: convênios e financiamento da pesquisa – um estudo InCites (Clarivate Analytics)

Parte 4 – Reputação e confiabilidade da pesquisa: produção intelectual e visibilidade da USP – um estudo BDPI (SIBiUSP).